O Ilton entrou na minha vida, pela paixão da minha tia, Laisy, por ele. Era uma paixão mágica, no início misteriosa, com um clima charmoso, encantador.
Não me lembro extamente quando nem como o conheci. Talvez no apartamento da Pompeu Loureiro, que eu achava delicioso e super aconchegante.
O Ilton me aproximou, de uma nova forma, dos mineiros – já que sou neta de mineiros.
Era um mineiro de livro. Acolhedor, de família grande e animada, festeiro.
O primeiro momento inesquecível que o Ilton, e tia Laisy me proporcionaram, foi nos levar, eu e minha irmã Patrícia, para um evento familiar na Fazenda da Rosa de Lourdes. Inesquecível!
Comida gostosa, papo gostoso, pé de jabuticaba, muita cachaça e outras bebidas, muita alegria e o filme Emanuelle, se não me engano, visto por todos, inclusive eu e minha irmã.
Depois veio a grande contribuição deles para a minha vida, Estevão e Thiago, meus primos amados. Estevão, meu primeiro afilhado.
Mas Ilton e seus sonhos nos presentearam também com o sobrado de Ouro Preto; com Angela Isabel, que foi mulher do Dulis, irmão do Ilton (achava o casal lindo!), cantando Amigo é pra essas coisas, em um bar em Mariana; com o imponente e rústico Hotel Fazenda Estrada Real, com tudo de bom, com destaque para o restaurante e a cantoria.
Estar com Ilton era alegria na certa.
Por fim, na última fase, da primeira etapa da nossa convivência, as reuniões no ap da Muda ou da Usina, no Rio de Janeiro, com meus queridos “primos”, Cristiano e Monique.
Bons tempos aqueles.
Com a separação do Ilton e da Tia Laisy passamos anos sem nos ver ou nos vendo esporadicamente, até que voltamos a nos encontrar novamente, na casa do Thiago, em eventos familiares.
Afeto reconectado, novas boas conversas, sempre com muita alegria.
Ano passado convivemos mais proximamente, quando Tia Laisy esteve internada. Fiquei comovida e agradecida com o empenho dele, com suas orações, pela recuperação dela. Acho, sinceramente, que ele ajudou a salvá-la.
Nos encontrávamos no hospital e tomávamos café e conversávamos no bar agradável, ao ar livre, do hospital.
A última vez que vi o Ilton vivo, foi no aniversário de 80 anos da Tia Laisy, na casa do Thiago, que herdou, do pai e da mãe, o dom do acolhimento em sua casa.
Depois conversamos apenas, em reuniões de família, pelo zoom, por conta da quarentena do coronavirus.
O último registro que gostaria de deixar aqui é ter presenciado sua vizinha consternada com a notícia do seu falecimento (fui apoiar o Thiago, na hora que soubemos do seu falecimento), por considerá-lo uma pessoa muito generosa, que a havia ajudado com sua espiritualidade e com sua disponibilidade para o que ela e sua filha precisassem.
Um triste momento, mas que mostrou mais uma vez quem ele era.
Então, Ilton, só tenho a te agradecer, por você ter me proporcionado tantos bons momentos, além de ter me deixado a melhor herança – seus filhos, não apenas os meus primos (Cristiano, com quem ainda tenho contato, é muito, muito querido) e seus netos, Guilherme, Arthur e Malu, Amores da minha vida.
Que você continue nos acompanhando, com sua luz e alegria.